domingo, 26 de setembro de 2010

Olhar a pessoa com o coração...


[Essa é para os "amigos dos Olhares apressados", que não perdem tempo ao ver os outros. Muitos de nós não paramos para enxergar o que acontece de fato. Olhamos na correria, na pressa... E muita coisa se perde. Muita coisa fica confusa. Olhemos mais devagar!]



Olhar a outra pessoa com o coração. Esta frase parece estranha, pois nós olhamos com os olhos e não com o coração. Mas estou utilizando esta expressão um tanto poética para dizer que o nosso olhar deve ter sempre uma fonte de julgamento: o coração. Isto porque sempre que olhamos para alguém acontece naturalmente um julgamento, uma análise. Vemos o seu exterior, a situação que se nos apresenta. Quantas vezes olhamos para uma pessoa e a realidade dela naquele momento é reprovável ou triste. Outras vezes olhamos a atitude errada de alguém e logo o julgamos e o condenamos somente com o olhar. Noutro momento a situação é bela e grandiosa: alguém fazendo o bem, outra sendo generoso e o aprovamos de imediato.
A reflexão que estou partilhando com você é esta: o julgamento que exprimo com meu olhar reflete a realidade interior que estou vivendo. A Bíblia diz que o olho é o espelho da alma. Por isso, muitas vezes, quando não estamos bem, quando nosso interior está machucado pelas agressões que a vida nos proporciona, quando perdemos o sentido para fazer algumas coisas, ou estamos precisando ser amados, normalmente vemos e julgamos de forma negativa as situações e as pessoas.
Para olharmos o mundo com o coração, isto é, transformarmos este olhar em um olhar positivo, é preciso curar o próprio coração. Muitos dão nome a isso de cura interior. Todos precisamos de cura interior. E este é um processo que começa quando temos a coragem de apresentar a Deus as nossas feridas, fraquezas, pecados e imperfeições, também os sofrimentos que a vida nos proporcionou, as pessoas que nos feriram, e pedir que a força redentora da cruz de Cristo atinja tudo isso e restaure, com o Seu supremo Amor, os sentimentos do nosso coração. O passo seguinte é projetar em Jesus uma vida nova, uma nova chance de recomeço, deixando para o passado as situações dolorosas, depositando nos sofrimentos de Cristo, na cruz, os nossos sofrimentos e pecados, rancores e ressentimentos, mágoas e decepções.
Somente um coração curado poderá fazer com que você e eu possamos ver o mundo e as pessoas com um olhar generoso, capaz de obscurecer os erros e elevar as suas qualidades. Eu quero chamar isto de: olhar a pessoa com o coração. Mas com um coração renovado e curado.
Quem sabe você também não esteja precisando ter este olhar. Então a dica que eu deixo para você é: procure curar o seu coração, reze nesse sentido e peça a Jesus a sua cura interior, deixando toda a mágoa provocada pelas situações passadas depositadas no coração d'Ele e se abra para uma vida nova. Com certeza, o seu relacionamento com as pessoas com quem convive, seja esposa, seja esposo, namorado, filho, filha, irmãos será iluminado por uma nova luz, a luz do amor.
Deus o abençoe!

Diácono Paulo Lourenço

http://blog.cancaonova.com/diaconopaulo/

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Primavera, tempo das surpresas de DEUS!


Para já ir tomando gosto e vivendo o carisma, resolvi postar essa reflexão sobre a primavera... Um tempo muito precioso para aquele que acredita na Providência divina!

"É primavera! O tempo das surpresas de Deus chegou!

Meu coração aguarda ansioso o novo que vem

Os presentes de Deus que brotam junto com as flores

As mudanças que Ele lapidou em mim no silêncio do inverno

e que agora exalam seu perfume e cor

Enquanto o frio estava sobre a terra,

seu amor lançava raízes no solo do meu coração

e agora o Sol convida a semente a sair e a florescer

"Talita Cumi", diz o Sol.

É primavera... abra a janela

do seu coração pra ver o dia

que vem nascendo, colorindo o céu

de cores novas

abre os ouvidos da alma

porque além dos pássaros

o Espírito entoa um canto novo

que renova tudo

É primavera"

domingo, 19 de setembro de 2010

Nunca é tarde para recomeçar!

O dinamismo da mudança e de ser melhor a cada dia nunca é tardio, pois faz das quedas um motivo de crescimento, de vida nova e de aprendizado.

E você? Faz das situações de dificuldade um motivo de crescimento?

“Todas as pessoas, em todos os âmbitos da Igreja neste tempo, que aproveitam essas situações de crise, de conflito, com humildade, irão justamente amadurecer e crescer”, afirma Frei Raniero.

Portanto, se você aproveita o seu erro como aprendizado para crescer e amadurecer, você não recomeça do nada, pois sabe que tem uma história que o faz melhor, que o lança para o novo, para o futuro. Por isso, há o ânimo de trazer no coração esta motivação.

A maioria das pessoas não sabe lidar com seus erros, pois o ser humano é colocado em uma ênfase: “A pessoa melhor é aquela que não erra, que é perfeita, autossuficiente, que pode e consegue tudo”. No entanto, a melhor pessoa é aquela que contempla a sua verdade no tocante às suas qualidades e a seus defeitos.

Por isso, recomece, mas não do início. Aprenda com os seus erros e seja um novo homem, uma nova mulher. Deus nos dá essa graça, mas é preciso olhar para nós mesmos com amor, como o Senhor nos olha. Peça que Deus converta o seu olhar de um olhar negativo, pessimista, para um olhar que vê o todo e que contempla em primeiro lugar a graça d'Ele. E que o Senhor fortaleça o seu coração!

“Sede santo, como vosso Pai celeste é santo. Sede santo porque Eu sou santo”. É preciso recomeçar sempre, saber que eu quero iniciar o dia de amanhã melhor do que hoje e aprender com os erros de hoje para não errar amanhã. E contemplar as coisas que não fiz de bom hoje para fazê-las amanhã.

Não só erramos quando fazemos o mal, mas também ao deixarmos de fazer o bem quando poderíamos [fazê-lo].

Que Deus nos ajude a crescer e amadurecer com humildade diante das crises e dos conflitos.

Uma pessoa que não é otimista e motivada, ao olhar uma montanha de pedras, vê uma impossibilidade: "Eu não posso superar aquela barreira, aquela situação". Já a pessoa diante de Deus, ao olhar a mesma montanha, diz: "Eu posso construir uma escada e superar essa montanha, essa situação".

Que Deus possa motivar o seu coração a fazer esta experiência cada vez mais.

Padre Eliano Luiz Gonçalves, SJS

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Outonos e Primaveras

Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.

A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.

A primavera só pode ser o que é porque o outono a embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assobios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas que, mais tarde, serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.

São as estações do tempo. São as estações da vida.

Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos fazem abraçar o silêncio das sombras...

Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...

Floresçamos!
Padre Fábio de Melo

sábado, 11 de setembro de 2010

Novas comunidades, resposta providencial!

Em cada época, o Espírito Santo de Deus suscita – no seio da sua Igreja – novos carismas e novos ministérios para o crescimento, o fortalecimento e o serviço do Seu povo, pois, em cada período, a evangelização tem seus desafios.

No IV Congresso Mundial dos Movimentos Eclesiais e das Novas Comunidades, em Roma, 1998, o saudoso Papa João Paulo II compreendeu esses Movimentos e Comunidades como "uma resposta providencial, suscitada pelo Espírito Santo para estes dramáticos desafios atuais". O Sumo Pontífice entendeu que os apelos do Concílio Vaticano II (1962-1965) sobre a necessidade de um novo sopro do Espírito Santo, um novo ardor missionário, um novo empenho e envolvimento dos leigos e clérigos na vida e missão da Igreja foram respondidos com o surgimento desses novos carismas. "Vós sois esta resposta providencial", afirma ele.

Nas Novas Comunidades se agregam diferentes estados de vida, vivendo conjuntamente, dentro das mesmas estruturas, sendo um só e mesmo carisma (leigos e leigas celibatários e casados ou com estados de vida em definição, também, diáconos e padres). As Novas Comunidades "respondem a necessidade de uma nova evangelização, com um novo ardor missionário, novos métodos e novas expressões, visando os diversos ambientes da sociedade, os católicos e não católicos. Suas manifestações são múltiplas com riqueza de doutrina e impostação pastoral. Trata-se de uma incrível onda de criatividade pastoral; caminhos novos para o anúncio da Boa Nova do Reino de Deus. É o método de evangelização do nosso tempo", declara Dom Alberto Taveira Corrêa.

Elas nasceram do encontro com Jesus Cristo. E nós vivemos num mundo mais secularizado e num crescente ateísmo, no qual, muitas pessoas vivem como se Deus não existe. Nesta situação, a realidade das Novas Comunidades revela toda a sua urgência e atualidade, levando-nos a experimentar Jesus Cristo vivo no hoje da nossa vida e da história. A força de evangelização e a atração destas está na vivência do "novo mandamento do amor" (cf. Jo 13,34) e no seu modo novo e radical de viver o Evangelho.

Segundo a Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil, (CNBB – Igreja Particular, Movimentos Eclesiais e Novas Comunidades, 2009), as Novas Comunidades ressaltam o direito que os leigos têm de se engajarem na Igreja, o qual provém do batismo e, apresentam os cinco critérios de eclesialidade:

- O primado dado à vocação universal de todo cristão: a santidade;

- A responsabilidade em professar a fé católica, no seu conteúdo integral;

- O testemunho de uma comunhão sólida e convicta com o Papa e com o bispo;

- A conformidade e a participação na finalidade apostólica da Igreja: a evangelização, a santificação e a formação cristã dos povos;

- O empenho de uma presença na sociedade humana, a serviço da dignidade integral da pessoa humana.

As Novas Comunidades são verdadeiros canais privilegiados para a formação e promoção dos fiéis católicos, que se tornam mais ativos e conscientes do seu papel na Igreja e no mundo. Elas amam profundamente a Igreja, inserindo-se com fidelidade na vida das Igrejas locais, sendo fermento, sal e luz e,correspondendo às necessidades da nova evangelização.

Com grande abertura ao Espírito Santo e bebendo constantemente nas fontes de Pentecostes, elas são capazes de experimentar, como as primeiras comunidades (cf. Atos 2, 42-47), uma verdadeira vida de comunhão e relacionamento fraterno profundo, na partilha de bens e enriquecimento humano e espiritual recíproco entre os diversos estados de vida. É realmente uma resposta providencial, uma nova forma agregativa, participativa, eficaz e frutuosa para a Igreja e para o mundo.

Padre Geraldinho

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Amar é se comprometer com o outro!

O amor é sempre um ato da pessoa humana, que, tocada pelo Amor de Deus, se decide por assumir uma postura nova, uma nova forma de viver: amar sempre. Deus se ocupa em derramar a Sua graça e Sua ternura em toda criatura, e a cada instante podemos tocar nesta realidade: Ele demonstra o Seu amor por nós. A Carta de São Paulo aos Romanos apresenta a ideia do ser humano conhecer a Deus pela Suas obras (cf. Rm 1,20) e a maior obra do Altíssimo é a entrega do Seu Filho como prova de amor pela humanidade.
Jesus é o amor do Pai personificado e pessoalizado. Quero destacar o fato de esse amor ser comprometido, isto é, Deus em Jesus Cristo vai até as últimas consequências para provar que nos ama de verdade. Um amor comprometido com o futuro, com a salvação, com a eternidade de cada um de nós.
Esta também é a forma que devemos buscar para amar: comprometendo-nos com o outro e nos derramando em seu favor a cada instante.
Vemos que hoje as pessoas estão mais ligadas a outras por conta de seus interesses pessoais, buscando desfrutar aquilo que a outra tem para lhe oferecer. Acredito que isso não é amor, pois o amor é ato da minha pessoa para a outra sem esperar retribuição ou qualquer forma de recompensa. Amor comprometido é amor gratuito.
Os relacionamentos humanos necessitam se espelhar no amor de Deus para que exista o amor verdadeiro neles. Quem ama se esforça para que o outro cresça e seja feliz. Comprometer-se com o outro é a forma mais autêntica de amar.
Quando falo de esforço isso quer dizer que requer renúncia de si próprio, mas se Deus é quem dá sentido a este amor, ele é grandioso. Faça uma reflexão hoje sobre a forma de amar que você tem adotado em seus relacionamentos. E se for preciso adote o modelo do comprometimento, de assumir o outro em todas as situações, enfim, de amar como Jesus nos amou.

Diácono Paulo Lourenço

http://blog.cancaonova.com/diaconopaulo/

sábado, 4 de setembro de 2010

"A ambição envenenou a alma dos homens, ergueu um muro de ódio ao redor do mundo, nos atirou dentro da miséria e também do ódio.Desenvolvemos a velocidade mas nos fechamos em nós mesmos.As máquinas que trouxeram mudanças nos deixaram desamparados.Nossos conhecimentos nos deixaram cínicos.Nossa inteligência nos deixou duros e impiedosos.Nós pensamos demais e sentinos muito pouco.Mais do que maquinaria, nós precisamos de humanidade.Mais do que inteligência, precisamos de bondade e compreensão.Sem estas qualidades a vida será violenta e estaremos todos perdidos.O aeroplano e o rádio nos aproximam, e a própria natureza destes inventos demonstram a divindade do homem.Exige uma fraternidade universal para a unidade de todos nós."

Charles Chaplin

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Homilia: Pescador pela verdade

Uma das indústrias que mais estão crescendo é da ilusão; são pessoas que estudam e trabalham para iludir você e eu. Há muita gente que ganha milhões para nos apresentar a ilusão nos meios de comunicação.A Palavra de Deus nos diz: “Irmãos, ninguém se iluda”, a pior ilusão que uma pessoa pode viver é quando ela ilude a si mesma.Há também a ilusão de pensarmos sempre ser os certos. Só abrimos espaço para aprender quando reconhecemos que não sabemos muito. “Se algum de vós pensa que é sábio nas coisas deste mundo, reconheça sua insensatez, para se tornar sábio de verdade; pois a sabedoria deste mundo é insensatez diante de Deus.”

Não se iluda pensando que você tem todo o poder. Cuidado para não escolher fazer de você mesmo um deus!

O Evangelho relata a história de Pedro que estava à margem. “Os pescadores haviam desembarcado e lavavam as redes. 3Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. 4Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. 5Simão respondeu: “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes”. 6Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. 7Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que viessem ajudá-los. Eles vieram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem.”

Jesus teve toda uma pedagogia para tirar Pedro daquela ilusão; a verdade precisa ser feita com caridade.A maior ilusão que alguém pode adquirir é acreditar que a nossa vida não tem mais sentido. Quando perdemos os nossos sonhos, nós nos tornamos um peso para nós mesmos e para os outros. Para sermos chamados pelo Senhor precisamos estar no nosso lugar.

Um iludido nunca vai dizer “sim” a Deus. Tenha coragem de se deparar com a sua verdade. Será que você é tão insensato que não consegue deparar com sua verdade e dar uma resposta ao Senhor!?

Pare de se iludir!
O iludido é um covarde que não consegue deparar com a própria verdade. O que mudou a vida de Pedro, que estava cansado, foi ele ter escutado a verdade.

Padre Fabrício
Sacerdote missionário da Comunidade Canção Nova