Pensando aqui nas situações mais
contrárias dessa minha vida, lembrei de um filme que gostei muito. Um filme que
para muitos foi ruim, mas achei fantástico. Que foi chamado de filme infantil,
mas que tem um discurso subliminar bastante maduro e reflexivo. “Onde vivem os
monstros” foi um filme que me fez pensar e repensar minha forma de agir, meus
medos, minhas rebeldias... Enfim, fez-me pensar bastante coisa.
De repente
a gente se vê em determinadas situações limites onde não se sabe mais o que
fazer, por aonde ir, ou o que pensar. Nessas horas podem nos tomar um
sentimento terrível que insisti em uma fuga. Como aquele menininho agressivo e
oprimido, a fuga é a medida a ser tomada. Mas é bom lembrar e observar que não
é a fuga que resolve o problema. É necessário encarar a dificuldade de frente,
sem medo. E a solução talvez só venha diante da volta. Max, o menino do filme,
só se tem nas mãos quando volta. Depois de tantos rodeios, conflitos e
experiências na “terra dos monstros”, ele volta para casa mais autêntico, mais
confiante e compreendendo as coisas que o faziam se agitar. Pode ser uma boa reflexão
sobre nossa vida também. Vejo claramente que depois de muito espernear, gritar,
andar, Deus me mostra sempre a verdade. Aí me pego tranquila, sentindo vontade
de voltar para mim mesma. Voltar para os sonhos de Deus, que são bem maiores
que os meus. E é nessa hora que vejo o quanto Deus fez diante de tanta
agitação.
Volto e
sou eu mesma. Volto contente. Volto consciente. E todo o reboliço interior,
causado pelos “diversos eus”, serviu para eu entender meu verdadeiro eu o que
Deus espera de mim. E como o Max, volto correndo. Correndo para os braços de
Deus. Porque um reinado onde eu sou a rainha não tem graça. O reino que quero
fazer parte não é esse. No reino onde quero estar eu sou eu e Deus é o rei. Só assim
conseguirei entender-me, aceitar-me e crescer. É deixado Deus reinar é que a “terra
dos monstros” ficará para trás e eu voltarei para casa.
Milene Guimarães