sábado, 5 de maio de 2012

Seduziste-me, Senhor, e eu me deixei seduzir

Fiz uma experiência tão rica, pela manhã de hoje, quanto a fazer a vontade de Deus. Escutando uma canção, cheguei a uma conclusão: preciso deixar Deus vencer-me. Sim, deixar que Deus vença em mim. Deus vencendo, eu estarei mais feliz.

♪ Seduziste-me , Senhor

E eu me deixei seduzir

Tua força é bem maior do que eu

Submete-me, vence-me ♪


Assista o vídeo: 
http://www.youtube.com/watch?v=9I6-Lkx5TSo&feature=related



segunda-feira, 16 de abril de 2012

Aniversário do Papa Bento XVI

Para comemorar esse grande dia, muito especial, que é o aniversário do nosso amado Papa Bento XVI, trago aqui um documentário sobre a biografia do nosso sumo Pontífice. Com direito a entrevista exclusiva. Parabéns!


Assistam:

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Páscoa: Um tempo se inicia



Com a Páscoa o mundo se renova e começa uma nova perspectiva de história, porque o Cristo Ressuscitado convoca os cristãos para construir uma humanidade diferente, convencida de que uma vida saudável é possível. Ela tem que ser construída tendo como base a fé e a visão otimista de futuro. Os critérios devem aqueles fundados no testemunho autêntico de vida.
No caminho da Páscoa é importante o desapego de ideias antigas, de antigos costumes e normas. É hora de pensar mais alto e olhar para frente com liberdade, com fermento novo e firmar os pés naquilo que é capaz de dar rumo certo aos nossos ideais. Isso é muito difícil quando nos abandonamos no próprio subjetivismo.
No âmbito da fé, sabemos que Deus dá novo sentido para os acontecimentos. Ele é o guia da história, que tira do fracasso um resultado de vitória para a vida. Não é fácil entender os mistérios de Deus Pai, mas eles estão a serviço do bem da criação, especialmente das pessoas, criadas à imagem e semelhança d'Ele e chamadas para construir o mundo.
Não podemos ficar numa situação de trevas, de incertezas, como aconteceu com os discípulos de Jesus após Sua Morte na cruz. Não sabiam ainda da Ressurreição do Senhor, mesmo sabendo que o sepulcro tinha sido encontrado vazio. Custaram a entender as promessas do Mestre, nas quais estava inscrito que a morte traria vida nova.
Deus vai sempre na contramão dos critérios humanos. O que para nós parece derrota, para Ele é vitória; o que nos parece fim é começo para Ele, e com muito mais força e vigor. A Ressurreição de Cristo é o recomeço da criação, que depende da continuidade da nossa parte como cocriadores com Deus.
Todos nós estamos em busca de um novo mundo, de uma sociedade transformada e ressuscitada para o bem e para a paz. A Páscoa deve ser vida nova, superior a todo o passado de imperfeições e maldades. É olhar para frente com esperança e na certeza de bons frutos de quem se convence do valor dos seus bons atos.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo eleito de Uberaba - MG

terça-feira, 27 de março de 2012

Como você tem empregado seu tempo?



Por Milene Guimarães

Engraçado como Deus nos fala em situações mais diversas possíveis. Das mais complicadas e tristes às mais simples e alegres. Estava respondendo alguns e-mails e lembrei de uma conversa que tive certo dia com uma amiga. Falávamos do tempo. Ou melhor, da falta dele. A gente se questionava a respeito da correria dessa vida atual que a sociedade tem levado. De tudo que nós queríamos fazer, mas nunca conseguíamos fazer. Lembro-me muito bem que no decorrer daquela bela conversa minha amiga disse a seguinte frase: “Precisamos ‘cavar’ tempo. É necessário arrumar tempo para fazermos o que gostamos e estar com quem amamos.” Aquela frase me rasgou o coração. Quanta verdade existia naquelas palavras.
                Corremos tanto, todo dia, que acabamos esquecendo o que gostamos, as coisas que precisamos, quem amamos. Vamos nos distanciando de nós mesmos, de nossa identidade por muitas vezes. Mas se pararmos um segundo chegaremos à conclusão de que na maioria das vezes nos afastamos daquilo que talvez não tenha certa importância em nossa vida. Até se ouve dizer que “sempre se arruma tempo quando se quer”. E ainda mais: “tempo é prioridade”. De fato, concordo também com essa afirmação. Priorizamos o que nos é importante, ou que nos parece mais importante. E o que resta tem que entrar na dinâmica de nossas agitações. Sabemos bem o que uma pessoa ama pela capacidade dela se doar para tal. O tempo que se gasta também reflete no grau de interesse que se tem. Num exemplo bem claro podemos observar uma mãe, que gasta todo seu tempo para cuidar de seu bebezinho. Ou ainda um atleta que gasta grande parte de seu dia treinando por amor a algum esporte. Nossa vida é assim. Mas muitos de nós, muitas vezes, acabam até esquecendo o primordial, o essencial.
                Se deixarmos o essencial para traz, corremos o risco de nos perdermos no tempo. E aí sim, entraremos em um desastre natural onde tudo não terá mais sentido. Faltará o sentido e a felicidade em nossas realizações. Tudo acabará em uma grande frustração. Dentro desse pensamento também precisamos parar e refletir diante daquilo que realmente importa para nós. Precisamos compreender que se não dermos de nosso tempo aos que amamos, às coisas que gostamos de fazer e, principalmente, ao essencial, perderemos tudo. E aí, quando nos frustrarmos e sentirmos falta será tarde demais. Por isso precisamos CORRER, mas dessa vez para buscarmos o tempo perdido. Buscarmos retomar os passos acertados, no ritmo correto. E para isso é preciso colocar cada coisa em seu lugar. Temos que ter a consciência do lugar de cada coisa em nossa vida. Assim poderemos  acertar os ponteiros do relógio da nossa vida e vivermos bem. Vamos ‘cavar tempo’ para o essencial, para os que amamos e para tudo aquilo que merece nosso tempo.

A cura da Afetividade


Uma ótima dica de uma pregação bastante interessante: "A cura da afetividade" - Reinalda Reis. Acompanhe um trecho da palestra.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Dia de São José - 19 de março




Não é sem razão que a Igreja, no meio da Quaresma, tira o roxo no dia 19 de março e coloca o branco na liturgia, para celebrar a festa de São José, esposo da Virgem Maria. Entre todos os homens do seu tempo, Deus escolheu o glorioso São José para ser pai adotivo de seu Filho divino e humanado. E Jesus lhe era submisso, como mostra São Lucas.  

Santo Gertrudes (1256-1302), um grande místico da Saxônia, afirmou que “viu os Anjos inclinarem a cabeça quando no céu pronunciavam o nome de São José”.
Santa Teresa de Ávila (1515-1582), a primeira doutora da Igreja, a reformadora do Carmelo, disse: “Quem não achar mestre que lhe ensine a orar, tome São José por mestre e não errará o caminho”. E declarava que em todas as suas festas lhe fazia um pedido e que nunca deixou de ser atendida. Ensinava ainda que cada santo nos socorre em uma determinada necessidade, mas que São José nos socorre em todas.

O Evangelho fala pouco de sua vida, mas o exalta por ter vivido segundo “a obediência da fé” (cf. Rm 1,5). Deus nos dá a graça para viver pela fé (cf. Rm, 5,1.2; Hb 10,38) em todas as circunstâncias. São José, um homem humilde e justo, “viveu pela fé”, sem a qual “é impossível agradar a Deus” (cf. Hab 2,3; Rm 1,17; Hb 11,6).
O grande doutor da Igreja Santo Agostinho compara os outros santos às estrelas, e São José ele o compara ao Sol. A esse grande santo Deus confiou Suas riquezas: Jesus e a Virgem Maria. Por isso, o Papa Pio IX, em 1870,  declarou São José Padroeiro da Igreja Universal com o decreto “Quemadmodum Deus”. Leão XIII, na Encíclica “Quanquam Pluries”, propôs que ele fosse tido como “advogado dos lares cristãos”. Pio XII o declarou como “exemplo para todos os trabalhadores” e fixou o dia 1º de maio como festa ao José Trabalhador.

São José foi pai verdadeiro de Jesus, não pela carne, mas pelo coração; protegeu o Menino das mãos assassinas de Herodes o Grande, e ensinou-lhe o caminho do trabalho. O Senhor não se envergonhou de ser chamado “filho do carpinteiro”. Naquela rude carpintaria de Nazaré Ele trabalhou até iniciar Sua vida pública, mostrando-nos que o trabalho é redentor.

Na história da salvação coube a São José dar a Jesus um nome, fazendo-O descendente da linhagem de Davi, como era necessário para cumprir as promessas divinas. A José coube a honra e a glória de dar o nome a Jesus na Sua circuncisão. O Anjo disse-lhe: “Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt 1,21).

A vida exemplar desse grande santo da Igreja é exemplo para todos nós. Num tempo de crise de autoridade paterna, na qual os pais já não conseguem “conquistar seus filhos” e fazerem-se obedecer, o exemplo do Menino Jesus submisso a seu pai torna-se urgente. Isso mostra-nos a enorme importância do pai na vida dos filhos. Se o Filho de Deus quis ter um pai, ao menos adotivo, neste mundo, o que dizer de muitos filhos que crescem sem o genitor? O que dizer de tantos “filhos órfãos de pais vivos” que existem no Brasil, como nos disse aqui mesmo em 1997 o Papa João Paulo II? São José é o modelo de pai presente e atencioso, de esposo amoroso e fiel.

Celebrar a festa de São José é lembrar que a família é fundamental para a sociedade e que não pode ser destruída pelas falsas noções de  família, “caricaturas de família”, que nada têm a ver com o que Deus quer. É lutar para resgatar a família segundo a vontade e o coração de Deus. Em todos os tempos difíceis os Papas pediram aos fiéis que recorressem a São José; hoje, mais do que nunca é preciso clamar: "São José, valei-nos!" Ao falar desse santo, o Papa João Paulo II, na  exortação apostólica “Redemptoris Custos” (o protetor do Redentor), de 15 de agosto de 1989, declarou: “Assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo Místico, a Igreja” (nº1). “Hoje ainda temos motivos que perduram, para recomendar todos e cada um dos homens a São José (nº 31).
Celebrar a festa de São José é celebrar a vitória da fé e da obediência sobre a rebeldia e a descrença que hoje invadem os lares, a sociedade e até a Igreja. O homem moderno quer liberdade; “é proibido proibir!”; e, nesta loucura lança a humanidade no caos.

São José, tal como a Virgem Maria, com o seu “sim” a Deus, no meio da noite, preparou a chegada do Salvador. Deus Pai contou com ele e não foi decepcionado. Que o Altíssimo possa contar também conosco! Cada um de nós também tem uma missão a cumprir no plano divino. E o mais importante é dizer “sim” a Deus como São José. “Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado” (Mt 1,24).

Celebrar a festa de São José é celebrar a santidade, a espiritualidade, o silêncio profundo e fértil. O pai adotivo de Jesus entrou mudo e saiu calado, mas nos deixou o Salvador pronto para começar a Sua missão. É como alguém destacou: “O servo que faz muito sem dizer nada; o especial agente secreto de Deus”. Ele é o mestre da oração e da contemplação, da obediência e da fé. Com ele aprendemos a amar a Deus e ao próximo.



Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com 

sexta-feira, 16 de março de 2012

Cometer erros ou fazer milagres?



Tomar uma decisão nunca foi tarefa fácil, afinal, decidir implica escolher, e escolher uma coisa é inevitavelmente abrir mão de outra. Desta forma, perdas e ganhos se entrelaçam na arte de escolher e viver. A cada dia, a vida nos oferece novas descobertas, e a oportunidade de decidir nos acompanha do nascer ao pôr do sol, estejamos ou não conscientes disso. No entanto, nossas escolhas podem ser até inconscientes, mas não voluntárias. Elas trazem consequências e são impulsionadas por nossos sentimentos, objetivos e tantos outros fatores. Além disso, nossas escolhas trazem também consequências para a vida de outros, já que ninguém vive totalmente isolado neste mundo.

Madre Teresa de Calcutá, em um momento difícil na congregação por ela fundada, escreveu às filhas espirituais (irmãs da caridade): “Sejam amáveis umas com as outras. Prefiro que cometam erros com amabilidade, a que façam milagres com falta dela. Sejam amáveis sempre. Contemplem a amabilidade de Nossa Senhora, vejam como ela falava, como ela agia. Olhem para seu exemplo. Ela podia perfeitamente ter revelado a São José a mensagem do Anjo a respeito do nascimento de Cristo, mas escolheu o silêncio, não disse uma palavra. E a essa altura, vendo seu amor, Deus interveio diretamente em seu favor. Maria guardava todas estas coisas no seu coração, eis a grande lição! E quem nos dera podermos guardar todas as nossas palavras no coração dela.
Para que tanto sofrimento e tantas incompreensões? Basta uma simples palavra, um olhar, uma pequena ação sem amor e o coração da vossa Irmã mergulha na escuridão. Não deve ser assim. Peçam a Nossa Senhora que vos encha o coração de doçura”.

É como se Madre Teresa nos dissesse com a vida até mais do que com as palavras: decidam-se pelo amor, pois esta é a única força que pode mudar o mundo. E por saber do quanto precisamos de referências, ela nos mostra o melhor exemplo: a Virgem Maria. Aliás, acredito que na hora de tomar decisões é sempre muito importante a ajuda de quem nos conhece e nos ama, de preferência que esta pessoa não esteja envolvida no caso. Mesmo que a decisão seja só nossa, outra pessoa pode nos ajudar no sentido de avaliar bem “os dois lados da moeda”.
Tendo em vista que, quando nos sentimos pressionados, corremos o sério risco de agir guiados por nossos sentimentos, pela razão ou por impulsos, mas quase nunca pela verdade. Recordo-me das diversas vezes em que precisei fazer grandes escolhas na vida e acredito que não teria acertado sozinha.
A pressa também é uma grande inimiga neste hora; então, calma! Esperar um momento, deixar a poeira baixar pode ser muito proveitoso para uma boa escolha. Mas atenção! Também não é o caso de deixar a situação ir se prolongando de um dia para outro até nos acostumarmos com ela. A falta de decisão torna a vida pesada, rouba os sonhos e enfraquece a vontade. Já conheci muita gente que perdeu o sentido da vida por medo de fazer uma escolha. É preciso calma, mas não comodismo.

Talvez hoje, ao ler este texto, você se sinta encorajado a tomar uma decisão. Se é o caso, não tenha medo de dar os passos e aceitar o desafio de passar pelo processo necessário da mudança. Pode ser mais fácil do que você imagina, mas só o saberá ao tentar. A natureza nos ensina muito sobre isso. Quando observamos a mesma árvore nas diversas estações do ano, ficamos impressionados como a vida vai se entrelaçando entre perdas e ganhos. Conosco não é diferente e saber perder para ganhar é questão de sobrevivência. 

No entanto, que sirva de lição a “cartinha” da Madre Teresa: Entre fazer grande obras e até milagres ou sermos caridosos é preferível optar pela caridade, e o amor, na maioria das vezes, traduz-se no silêncio e na discrição.

Olhemos para Nossa Senhora, ela é o exemplo perfeito de quem decidiu amar na simplicidade sem se preocupar em fazer coisas extraordinárias aos olhos humanos. Inspirados em seu exemplo, tenhamos hoje a coragem de levar luz aos corações em vez de trevas. Madre Teresa fez desta escolha a sua missão durante toda a vida. Em meio às grandes provas pelas quais essa grande mulher de Deus passou vivendo a “noite escura da alma”, escreveu ao seu diretor espiritual: “Um caloroso SIM a Deus e um grande SORRISO para todos são as únicas duas palavras que me mantêm seguindo em frente”, e esta escolha corajosa beneficiou e continua beneficiando a tantos ao longo dos anos que se seguiram.

Tomemos a decisão de seguir em frente com um sorriso nos lábios e um caloroso "sim" a Deus, que nos chama a optarmos pelo amor, mesmo que cometamos erros, pois este certamente é o maior milagre do qual o mundo carece.

Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com 

quarta-feira, 14 de março de 2012

Bento XVI medita sobre a oração na vida de Maria


Nicole Melhado

Na Catequese desta quarta-feira, 14, realizada na Praça São Pedro, o Papa Bento XVI mostrou, aos fiéis e peregrinos da Itália e de todo mundo, que a Virgem Maria foi sempre uma presença orante junto aos discípulos.

Depois de concluir a série de meditação sobre a oração na vida de Jesus, Bento XVI iniciou nesta quarta, a série de Catequeses sobre a oração nos Atos dos Apóstolos e nas Cartas de São Paulo. Em ambos este livros, um dos elementos recorrentes é justamente a oração, desde aquela de Jesus àquela de Maria, dos discípulos, das mulheres e da comunidade cristã.

Acesse
.: NA ÍNTEGRA: Catequese de Bento XVI - 14/03/2012


“Com Maria inicia a vida terrena de Jesus e com Maria iniciam-se também os primeiros passos da Igreja; em ambos os momento, o clima é de escuta de Deus, de recolhimento”, explica o Papa.

O Pontífice esclarece que entre a Ascenção do Ressuscitado e o primeiro Pentecostes cristão, os Apóstolos e a Igreja se reúnem com Maria para esperar com ela pelo dom do Espírito Santo. Ela que já O reconhece por ter gerado o Verbo encarnado e divide com toda Igreja este mesmo dom.

“Se não há Igreja sem Pentecoste, não já nem mesmo Pentecostes sem Maria de Jesus, porque ela viveu de modo único aquilo que a Igreja experimenta todos os dias sob a ação do Espírito Santo”, destaca.

Venerar a Mãe de Jesus na Igreja significa ainda aprender com ela a ser comunidade que reza, salienta o Santo Padre. Ele ressalta que normalmente a oração é feita a partir de situações de dificuldade, problemas pessoais que levam a dirigir-se ao Senhor para ter luz, conforto e ajuda. Mas Maria convida a abrir as dimensões da oração, a dirigir-se a Deus não somente na necessidade e não somente para si mesmo, mas de modo unânime, perseverante, fiel, com um “coração só e uma alma só” (cfr At 4,32).

“Maria nos ensina a necessidade de orar e nos indica que só com a ligação constante, íntima, plena de amor com seu Filho podemos sair da “nossa casa”, de nós mesmo, com coragem, para conquistar os confins do mundo e anunciar em qualquer lugar o Senhor Jesus Salvador do mundo”, conclui.

segunda-feira, 12 de março de 2012

México exibe exposição “João Paulo II na Intimidade”



ACI Digital


A partir desta quinta-feira, 15, os mexicanos poderão visitar a exposição titulada "João Paulo II na intimidade" que apresenta mais de 200 objetos pessoais do Papa Peregrino que visitou o país em até cinco oportunidades.

A capital cidade de México será o lugar no qual começará a excursão internacional desta exposição que pela primeira vez sairá do museu da arquidiocese de Cracóvia (Polônia).

Entre os objetos, há alguns de uso cotidiano do Papa polonês e alguns de alto valor que utilizou durante seus 27 anos de pontificado. O público poderá apreciar desde fotografias, vídeos e filmes sobre a vida do Beato e até vestimentas sapatos, artigos de limpeza, sua bicicleta, e outros como a Bandeira do México e um sombrero que foi dado de presente ao beato durante as visitas que realizou ao país

A mostra foi levada ao México por duas empresas particulares em colaboração com o museu da arquidiocese de Cracóvia.

Em conferência de imprensa no salão capitular da Catedral Metropolitana, onde João Paulo II celebrou uma Missa em janeiro de 1997, os organizadores assinalaram que a mostra busca transmitir a força e o amor do Papa Wojtyla como "ponte de diálogo entre as diferentes nações e religiões".

Ao apresentar a exibição, o sacerdote José de Jesús Aguilar destacou a importância afetiva que a mostra tem para os fiéis católicos, mas também para os não crentes.

"Esta exposição é de interesse para todos. A todos permitirá conhecer melhor do que conheciam a Karol Jósef Wojtyla, por isso acreditam que cada objeto destes pertences pessoais que são custodiados com tanto cuidado em seu país natal, e que por primeira e única vez vêm ao México, nos fará sentir que estamos, com ele, na intimidade", disse o subdiretor de rádio e televisão do escritório de comunicação social da Arquidiocese do México.

Por sua parte, Alejandro Gou, um dos produtores da mostra, explicou que foi escolhido o Palácio dos Esportes e não um recinto religioso para a montagem para que possa ser visitada por católicos e não católicos, sem exceção.

A exposição "João Paulo II Na Intimidade" abrange um espaço de mil metros quadrados e estará aberta ao público de 15 de março a 15 de junho. Espera-se mais de 200 mil visitantes.

sábado, 10 de março de 2012

O palhaço


(Rodrigo Grecco)

Preste atenção nessa história que eu vou lhe contar
Essa história que eu conto é pra fazer pensar

No Altar da Igreja, um belo dia, chegou o Sacristão
Com a vassoura, a pá e o pano pra limpar o chão

E lá chegando encontrou o Palhaço a brincar
Equilibrando uma bola com o seu calcanhar

E entre risos o Palhaço escorregou no chão
E terminando a cambalhota viu o Sacristão

"Mas que vergonha, o que que é isso?", disse o Sacristão
"Onde se viu fazer bagunça aqui?", lhe disse então

Mas o Palhaço sorriu e disse a cantar
"Eu sou Palhaço e brincando é que eu sei rezar"

Como você, o que tenho pra oferecer
Igual a você, o melhor para oferecer
Pra Deus

Essa palavra, então por fim, calou o Sacristão
E ele lembrou que o melhor se dá de coração

E o palhaço, alegremente, assim se despediu
Em uma pirueta louca e um pulo, ele partiu

Mas o que nem Sacristão e nem Palhaço viu
É que a imagem do Menino Jesus sorriu...

Laiá laiá laiá laiá laiá laiá laiá
Laiá laiá laiá laiá laiá laiá laiá
Laiá laiá laiá laiá laiá laiá laiá 
(Como você, o que tenho pra oferecer)
Laiá laiá laiá laiá laiá laiá laiá 
(Igual a você, o melhor para oferecer)
Pra Deus...

quarta-feira, 7 de março de 2012

Ingratidão, a resposta que mata o amor



Conforme definição do dicionário, gratidão é o “reconhecimento de uma pessoa por alguém que lhe prestou um favor ou auxílio”. Em outras palavras, é alguém mostrar-se agradecido por aquilo que lhe foi oferecido como um benefício.
Se perguntarmos às pessoas se elas se acham ingratas, talvez por vergonha ou por não se darem conta disso, a maioria não admita tal característica em sua personalidade. Quase sempre, a ingratidão é manifestada por meio de pequenas atitudes. Para quem é vítima desse destrato, tal ato é sinal de pobre retribuição ao carinho recebido e, na maioria dos casos, uma grande falta de educação. Há pessoas que, simplesmente, pelo fato de estarem comprando algo, se comportam como se não necessitassem ser corteses com o vendedor. Dando-nos a impressão de terem abandonado as boas maneiras em casa.
Tudo aquilo que vivemos ou fazemos é reflexo de coisas que se tornaram comuns a partir de experiências vividas em casa. Como diz o ditado popular: “O uso do cachimbo deixa a boca torta”. Se alguém não tem o hábito de ser dócil com um atendente de uma loja, restaurante ou posto de gasolina, por exemplo, logo, imaginamos que seu comportamento não deva ser diferente com as pessoas mais próximas, incluindo as de casa.
Um relacionamento em que não há reciprocidade nos bons modos, dificilmente poderá evoluir além da tolerância, porque será regido apenas pelas práticas da boa educação.
Como já estudamos na escola, para toda ação há uma reação, entretanto, muitas vezes, parece que nos esquecemos dessa regra quando saímos das leis da física e entramos nas relações interpessoais. Dentro do convívio, ao percebermos constantes respostas de indiferenças e ingratidão da parte de quem prestamos algum favor, com o tempo, naturalmente, nosso interesse em continuar lhe ajudando diminuirá. Por outro lado, os sinais de afabilidade, presteza e reconhecimento, manifestados em nossos diferentes níveis de relacionamentos, alimentam e potencializam o nosso desejo de estreitar os laços favorecidos pela convivência. Vamos aprendendo, pouco a pouco, com essa proximidade a aprimorar nosso modo de ser.
No que diz respeito aos nossos hábitos pouco virtuosos, tentemos nos encarregar de extirpá-los de nossa vida, já que não produzem bons frutos.
O bom entrosamento em nossos relacionamentos cresce à medida que as pessoas se dispõem a nutri-los com pequenos gestos de carinho. No entanto, quem insiste em se fechar em si e em suas verdades, certamente, já deve ter percebido a superficialidade e a frieza do tratamento recebido e os poucos amigos conquistados. Isso acontece em razão da falta de interesse e reciprocidade dessas pessoas em viver um vínculo mais profundo nos relacionamentos, além dos estabelecidos pelas situações exigidas no trabalho, na escola ou em outras atividades sociais.
Amar é um esforço que passa pela atitude de nos reconhecermos gratos por aquilo que recebemos. Não tenho dúvida de que a gratidão é a alma do relacionamento, o ingrediente que ajuda na construção de compromissos duradouros. Dessa forma, se não nos esforçarmos para dar uma resposta diferente aos novos desafios da convivência correremos o risco de esvaziar o nosso círculo de amizades e maior será o desgaste dentro dos demais relacionamentos já estabelecidos.
Um abraço,

Dado Moura
contato@dadomoura.com

terça-feira, 6 de março de 2012

Beato Pier Giorgio Frassati

Um trechinho do filme do grande Pier Giorgio:



segunda-feira, 5 de março de 2012

O efeito da chuva no solo do coração


Por Milene Guimarães



                Como a chuva que lava a rua, o chão ou a calçada por onde passa e marca um recomeço, assim meu coração foi marcado. Depois de dias de sol bastante intensos e abafados, a chuva resolveu aparecer e com ela veio a beleza da renovação. O tempo ficou mais fresco, o ar mais leve, o dia mais agradável. No domingo tive a sensação de estar até em outra estação. Mas espere! Ainda é verão. Como a chuva tem esse poder de transformar a estação? Como ela conseguiu reanimar as forças daqueles que já não aguentavam a temperatura escaldante? Não sei explicar, mas todos sentiram seu frescor, sua força. E meu coração também está passando por esse momento de “frescor”. Como se fosse um recomeço, uma restruturação talvez.
                Coisas acontecem em nossas histórias e nem sabemos como. E foi assim, sem mesmo perceber, que essas mudanças chegaram. Um tempo belo de despertar começou a tomar forma e espaço em minha vida. De repente o que era simples tornou-se impressionante. O que era frágil ganhou força. O que era normal passou a não ser mais. O que não tinha tanta importância ganhou mais espaço. De uma maneira bastante curiosa certas coisas tomaram rumos diferentes. Desacelerei. Desconectei. Deparei. Transbordei. Respirei. Pensei e repensei. Desinstalei-me. Mudei a direção. Ah, como é bom mudar a direção, às vezes. É bom sairmos de nosso conforto interno e passivo para tomarmos uma direção diferente.
                A água da chuva lava e limpa por onde passa. Talvez seja por isso que temos a sensação de um recomeço, logo após a chuva. O tempo se prepara, a terra recebe a água e reage também. As plantas sorriem. Tudo parece diferente após uma chuva ou temporal. Talvez seja assim que me senti com essas mudanças. Toda a minha alma sentiu os efeitos da “chuva” e agora está reagindo ao novo tempo. Que leveza! Que liberdade!
                Deus proporcionou uma bela chuva no solo do meu coração para torná-lo mais fecundo. Meu coração precisava ser regado. E assim se fez. Ele regou. E está regando. Já sinto o efeito da água viva que invade minh’alma. E essa leveza que brota da fecundidade traz a paz que meu coração tanto precisava. Meu “solo” agora está preparado. Que venham as sementes!

Mulheres precisam resgatar sua feminilidade, ressalta psicóloga


Nicole Melhado

Da Redação, com colaboração de Flávia Pereira


Arquivo
Psicóloga Elaine Ribeiro reforça que as mulheres precisam redescobrir seus valores e características como mulher
A feminilidade é o modo de ser, de viver, de pensar, ou seja, as características que fazem a mulher ser feminina e que envolve o ser feminino. O feminismo, por sua vez, foi um movimento social que surgiu na década de 1960,  que reivindicava os direitos e o valor da mulher. 

Mas o feminismo, ao mesmo tempo em que trouxe conquistas  importantes para as mulheres, como o direito ao voto, colocou os homens como inimigos, como se eles pudessem estragar a possibilidade da mulher ter uma carreira, colocando homens e mulheres frente a frente numa competição.

“O grande desafio da mulher hoje é entender que ela não compete com o homem, que ela tem características específicas, que ela precisa se identificar profissionalmente, mas não pode esquecer seus sonhos, que não pode deixar se masculinizar, tomar características de um homem”
, ressalta a psicóloga Elaine Ribeiro.

Os homens, por sua vez, podem ajudar suas amigas, familiares para que as mulheres não se masculinizem. Hoje especialistas ressaltam que a mulher  precisa  redescobrir sua essência original  para que apareça a verdadeira beleza, sem deixar  de lado  suas  lutas. Porque essa sim vai ser sua principal conquista, a  conquista de si.

Para a psicóloga a mulher precisa resgatar seus valores e características específicas como a delicadeza, a capacidade de ouvir, de ser materna, se permitir ser mulher, ser feminina.

“Ser maternal não é simplesmente apenas dar a luz a um filho, mas acolher um amigo, por exemplo, com um abraço com carinho”, esclarece.

A mulher moderna tem diversos papéis, ela é mãe, profissional e esposa, com isso precisa saber administrar todas as situações para que consiga se sentir completamente mulher. 

Muitas vezes as mulheres têm medo de serem femininas, porque pensam que isso pode ser sinônimo de fraqueza, a psicóloga destaca que, de fato, se coloca que ser sensível não é ser competente, ao ser delicada, a mulher não se torna capaz de ser profissionalmente competitiva. 

“Homens e mulher têm seu papel e quando cada um toma consciência de seu papel como gênero as coisas se tornam mais harmoniosas”, reforça Elaine Ribeiro.

sábado, 3 de março de 2012

Comissão do Vaticano se impressiona com preparativos da JMJ



Jéssica Marçal, com colaboração de Karla Kamila (CN – Rio de Janeiro)

Da Redação


rio2013.com
O Cardeal Stanislaw Rylko, que se disse impressionado com a alegria e entusiasmo das pessoas que preparam a JMJ
No último dia de visita ao Rio de Janeiro, o presidente do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL), Cardeal Stanislaw Rylko, e demais membros do PCL participaram de uma coletiva de imprensa.  Eles comentaram os preparativos para a Jornada Mundial da Juventude 2013 após visitarem os a sede do Comitê Organizador Local (COL).

O presidente do PCL disse que os membros do conselho ficaram impressionados com a alegria e entusiasmo das pessoas que estão empenhadas na preparação da Jornada e com o profissionalismo do trabalho que está sendo feito. Ele também destacou o fato dos próprios jovens estarem atuando ativamente nesse caminho preparatório.

 “Outro aspecto interessante é que o trabalho de preparação foi confiado, em grande parte, aos próprios jovens. E assim os jovens do Rio de Janeiro e do Brasil não são somente consumidores do evento, mas sujeitos ativos que, de certo modo, criam e preparam o evento”, ressaltou o Cardeal.

Trabalho voluntário

Além da participação dos jovens, a Jornada vem contando com o apoio de muitos voluntários. De acordo com o coordenador da Comissão de Voluntariado da JMJ2013, padre Ramon Nascimento, os voluntários, que hoje são 1132 já trabalhando junto à Jornada, correspondem a 90% da mão de obra do evento. O padre  explicou que essas pessoas atuam desde a acolhida aos peregrinos até demais preparativos.

“Nós temos os mais variados trabalhos. Nós temos voluntários trabalhando nas paróquias, fazendo levantamento dos locais de hospedagem, dos locais de catequese, mas nós temos voluntários trabalhando aqui no COL, trabalhando na preparação da Jornada, produzindo, montando coisas, nos auxiliando, então os voluntários já estão atuando na Jornada Mundial da Juventude”

Padre Ramon ressaltou ainda que os voluntários são de extrema importância ao trabalho desenvolvido.  “Eles (os voluntários) são aqueles que fazem a jornada acontecer. Se a comunicação é o coração da Jornada no sentido de proclamar ao mundo a verdade que a Jornada traz, os voluntários são as mãos, são os braços, são aqueles que fazem chegar a todas as pessoas a Jornada de maneira muito pessoal e humana”.

Em relação aos locais da JMJ 2013, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, explicou que a definição deve ser feita até a metade do ano. “A definição dos locais é justamente uma conversa entre o Comitê Local, a Arquidiocese, o Pontifício Conselho e a assessoria do Papa porque, como o Papa vem, supõe justamente que tenha bastante peso a assessoria do Papa que vem para verificar os locais. Esperamos que até a metade do ano a gente consiga essas definições”.

Dom Orani aproveitou a ocasião para destacar a importância da JMJ para o mundo. “É um evento que serve para poder transmitir ao mundo, ao futuro, a esperança de um mundo melhor através de jovens com valores cristãos, vivendo a vida cristã”. 

A visita
Cardeal Stanislaw Rylko chegou ao Rio de Janeiro vindo de Roma na manhã do dia 27 de fevereiro, acompanhado por demais membros do Pontifício Conselho para os Leigos (PCL). A visita terminou nesta sexta-feira, 2. O PCL é o órgão responsável pela organização da Jornada Mundial da Juventude no Vaticano. 

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sempre rezo com essa canção. Ela me faz estar mais perto de Deus.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Eu reinando ou Deus reinando?



Pensando aqui nas situações mais contrárias dessa minha vida, lembrei de um filme que gostei muito. Um filme que para muitos foi ruim, mas achei fantástico. Que foi chamado de filme infantil, mas que tem um discurso subliminar bastante maduro e reflexivo. “Onde vivem os monstros” foi um filme que me fez pensar e repensar minha forma de agir, meus medos, minhas rebeldias... Enfim, fez-me pensar bastante coisa.
               
            De repente a gente se vê em determinadas situações limites onde não se sabe mais o que fazer, por aonde ir, ou o que pensar. Nessas horas podem nos tomar um sentimento terrível que insisti em uma fuga. Como aquele menininho agressivo e oprimido, a fuga é a medida a ser tomada. Mas é bom lembrar e observar que não é a fuga que resolve o problema. É necessário encarar a dificuldade de frente, sem medo. E a solução talvez só venha diante da volta. Max, o menino do filme, só se tem nas mãos quando volta. Depois de tantos rodeios, conflitos e experiências na “terra dos monstros”, ele volta para casa mais autêntico, mais confiante e compreendendo as coisas que o faziam se agitar. Pode ser uma boa reflexão sobre nossa vida também. Vejo claramente que depois de muito espernear, gritar, andar, Deus me mostra sempre a verdade. Aí me pego tranquila, sentindo vontade de voltar para mim mesma. Voltar para os sonhos de Deus, que são bem maiores que os meus. E é nessa hora que vejo o quanto Deus fez diante de tanta agitação.
               
            Volto e sou eu mesma. Volto contente. Volto consciente. E todo o reboliço interior, causado pelos “diversos eus”, serviu para eu entender meu verdadeiro eu o que Deus espera de mim. E como o Max, volto correndo. Correndo para os braços de Deus. Porque um reinado onde eu sou a rainha não tem graça. O reino que quero fazer parte não é esse. No reino onde quero estar eu sou eu e Deus é o rei. Só assim conseguirei entender-me, aceitar-me e crescer. É deixado Deus reinar é que a “terra dos monstros” ficará para trás e eu voltarei para casa.


Milene Guimarães

O inacabado que há em mim



Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina. Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.

O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos.

Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nessa hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis.

Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil. Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão. Eu sou inacabado. Preciso continuar.

Se a mim for concedido o direito de pausas repositoras, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim.

Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.

Quem sou eu? Eu, visto pelo outro, nem sempre sou eu mesmo... Quem sou eu? Eu vivo para saber. Interessante descoberta que passa o tempo todo pela experiência de ser e estar no mundo. Eu sou e me descubro ainda mais no que faço. Faço e me descubro ainda mais no que sou. Partes que se complementam. 

O interessante é que a matriz de tudo é o "ser". É nele que a vida brota como fonte original. O ser confuso, precário, esboço imperfeito de uma perfeição querida, desejada, amada.

De vez em quando, eu me vejo no que os outros dizem e acham sobre mim. Uma manchete de jornal, um comentário na internet ou até mesmo um e-mail que chega com o poder de confidenciar impressões. É interessante. Tudo é mecanismo de descoberta. Para afirmar o que sou, mas também para confirmar o que não sou.

Há coisas que leio sobre mim que iluminam ainda mais as minhas opções, sobretudo quando dizem o absolutamente contrário do que sei sobre mim mesmo. Reduções simplistas, frases apressadas que são próprias dos dias em que vivemos.

O mundo e suas complexidades. As pessoas e suas necessidades de notícias, fatos novos, pessoas que se prestam a ocupar os espaços vazios, metáforas de almas que não buscam transcendências, mas que se aprisionam na imanência tortuosa do cotidiano. Tudo é vida a nos provocar reações.

Eu reajo. Fico feliz com o carinho que recebo, vozes ocultas que não publico, e faço das afrontas um ponto de recomeço. É neste equilíbrio que vou desvelando o que sou e o que ainda devo ser, pela força do aprimoramento.

Eu, visto pelo outro, nem sempre sou eu mesmo. Ou porque sou projetado melhor do que sou ou porque projetado pior. Não quero nenhum dos dois. Eu sei quem eu sou. Os outros me imaginam. Inevitável destino de ser humano, de estabelecer vínculos, cruzar olhares, estender as mãos, encurtar distâncias.

Somos vítimas, mas também vitimamos. Não estamos fora dos preconceitos do mundo. Costumamos habitar a indesejada guarita de onde vigiamos a vida. Protegidos, lançamos nossos olhos curiosos sobre os que se aproximam, sobre os que se destacam, e instintivamente preparamos reações, opiniões. O desafio é não apontar as armas, mas permitir que a aproximação nos permita uma visão aprimorada. No aparente inimigo pode estar um amigo em potencial. Regra simples, mas aprendizado duro.

Mas ninguém nos prometeu que seria fácil. Quem quiser fazer diferença na história da humanidade terá que ser purificado nesse processo. Sigamos juntos. Mesmo que não nos conheçamos. Sigamos, mas sem imaginar muito o que o outro é. A realidade ainda é base sólida do ser.

Eu tomo posse daquilo que sou. Quem não se ama não sabe amar ninguém. Ser pessoa é, antes de tudo, ter consciência: "Eu sei quem sou eu. Tenho diante de mim minhas dificuldades, mas eu me aceito!" Conversão é tomar posse daquilo que se é. Por isso, Deus não pode trabalhar com uma pessoa mascarada, que não se aceita.

Não existe cristão se ele não se aceitar do jeito que é. Você é o que é, e a sua conversão passará por aquilo que você é!
Jesus quando viu Maria Madalena fez com que ela voltasse a ver aquilo que ela era, não uma prostituta, mas uma filha de Deus projetada por Ele; não aquilo que a sociedade criou.

Nós caímos muito nos artifícios que nos são apresentados. Nossa vida se ilumina por novidades e gostamos muito do estético. E seguimos aquilo que é diferença, não somos fãs da disciplina. Corremos atrás de coisas e duas semanas depois vemos que realmente aquilo não era tão bom como parecia.

Por que os artistas não permanecem muito tempo casados? É por causa disso. Querem respostas rápidas, românticas, buscam o brilho eterno e acabam desanimando. Então, o outro começa a decidir por nós e ficamos perdidos. Muitas pessoas, ora dão um testemunho de que acreditam em Deus, ora, passado um tempo depois, já dizem acreditar em Buda, depois em Maomé, e mais tarde na energia [cósmica]... Não ficam presas a nada.

Cuidado para não seguir somente as vaidades. Somos vaidosos, mas não podemos ser levados pela vaidade. Não invente um personagem, seja aquilo que você é. Seja autêntico, assim você provoca autenticidade nas pessoas a seu redor. Procure ser aquilo que Deus o fez. Se você está correndo atrás de porcaria cuidado para não acabar deixando de ser aquilo que Deus fez de você.

Deus acontece plenamente no nosso coração quando nós nos permitimos ser aquilo que somos. A nossa divindade só acontece na participação.

Não seja aquilo que dizem que você é. Parece estranho, mas não podemos dar aquilo que não temos. Se você não descobrir que você é sagrado, você não vai perceber a sacralidade que o outro é!

Quem não se ama não sabe amar ninguém. É uma pessoa ausente de si mesma. Os amores estragados que passaram minaram aquilo que ela era. Há pessoas que vemos que não têm amor-próprio; mas nós não temos o direito de perder esse amor.
Tome posse do que você é para depois dar-se ao outro.
Foto
Padre Fábio de Melo