domingo, 6 de fevereiro de 2011

A BELEZA DE ESTAR EM CONSTRUÇÃO

O crescimento/maturidade no ser humano não acontece tanto pela ausência de fraqueza, mas sim, pelo fato de bem saber lidar com esta. Crescemos quando temos, em verdade, humildade para nos compreender e aceitar em nossa realidade, e isso também a partir de nossas fragilidades.

Ser humilde consiste em aceitar “deixar-se fazer”, significa acolher pacientemente o processo em que nos encontramos, permitindo-nos ser construídos pela vida, por Deus e pelas experiências que vão acontecendo dando no solo de nossa história.

Quem se desprende do orgulho – e vive constantemente como um aprendiz na existência – consegue crescer e “ser construído” por meio de tudo o que lhe acontece. Quem se permite ser fraco, acolhendo com ternura tal condição propriamente humana, acumulará inúmeros ensinamentos acrescentados a si pela experiência do limite e da queda. Aqueles que fazem a experiência do erro podem – se bem o absorverem – compreender com profundidade o sabor do êxito, conseguindo valorizá-lo devidamente.

Nesse “processo de “deixar-se fazer” as dores e perdas nos auxiliam, acrescentando-nos têmpera para enfrentar os desafios e paciência para acolher nosso processo de crescimento, no ponto em que nos encontramos.

Em nosso caminho de crescimento, se de fato o buscamos, a experiência da fraqueza se estabelece como uma realidade que nos forma, libertando-nos da pretensão de querer ser o que não somos.

Nossos relacionamentos também são responsáveis por nossa construção: o relacionamento familiar, com os amigos e com aqueles que acompanham nosso cotidiano, nos constroem e moldam intensamente. Nosso relacionar-se desvela o que somos revelando em que precisamos mudar, ele nos faz romper com a alienação do egoísmo que nos faz acreditar que somente nós estamos certos em nosso jeito de compreender a vida.

Quando abrimo-nos ao outro conseguimos encontrar superação e virtude, aprendendo com outras maneiras de enxergar a existência. As virtudes e os defeitos daqueles que convivem conosco também nos constroem, retirando de nós os excessos e nos acrescentando no que somos ausentes.

Nossas iniciativas também são condições essenciais para que nosso ser seja devidamente construído. Bons livros, o cultivo de boas e puras amizades, de um bom relacionamento familiar, a busca por uma autêntica vida de oração, tudo isso possibilita concretamente nossa construção e crescimento.

Deixemo-nos fazer, trabalhemos por nossa construção, e entreguemo-nos à dinâmica do “processo”, do humanizar-se, assim a vida se tornará mais bela e a cada experiência o ser se tornará mais…

Adriano Zandoná

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